quinta-feira, 5 de junho de 2014

"JORNAL DA CULTURA" FALA SOBRE A ABDICAÇÃO DO REI JUAN CARLOS I DA ESPANHA






Sobre a abdicação do Rei Juan Carlos I a Coroa da Espanha, o tendencioso “Jornal da Cultura”, financiado pelo governo federal, fez curiosa reportagem sensacionalista como tentativa de desqualificar o sistema monárquico de governo. Na abertura da matéria, a jornalista Luiza Moraes afirma que grande número da população espanhola é a favor de um referendo sobre a forma de governo, esquecendo-se de que mais de 85% da população daquele país se demostrou a favor do regime Monárquico recentemente. A repórter evidencia ao máximo a crise econômica na Espanha, atribuindo a abdicação de Sua Majestade a este fator, esquecendo-se mais uma vez de que toda a Europa e, inclusive o republicano Estados Unidos, emergiram numa crise ainda mais grave. Pior ainda, ignora o caso do Brasil, como se somente as Monarquias estivessem suscetíveis a crises. Apresenta a monarquia como se fosse algo distante da realidade e acrescenta que apenas 23% dos países do mundo são monarquias e que, nos países onde este sistema vigora, os “Príncipes e Princesas ditam moda e comportamento”, completando mesquinhamente que a “Casa Real Inglesa fecha todos os anos no vermelho”. A desinformação é tamanha, que a jornalista também esquece que o Reino Unido é uma potência econômica e referência no IDH justamente por ser uma Monarquia forte e estável, tentando, de má fé, associar supostos gastos e futilidades ao sistema. Erroneamente coloca o déficit nas contas públicas, quando se sabe que a Rainha Elisabeth II cobre, com sua renda pessoal, muitos dos gastos públicos, como viagens de Estado e até mesmo o prestigioso jubileu de diamante.

A matéria refere que a monarquia mais antiga do mundo e mantida em Mônaco (com 800 anos de História), quando na verdade o sistema monárquico no Japão, na Dinamarca e na Inglaterra já ultrapassam 1.000 anos.

Mesmo com a explicação da professora Ana Paula Torres Megiani, da Universidade de São Paulo, a jornalista ignora a fundamental separação entre a Chefia de Estado e de Governo.

Entrevistado Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil, S.A.I.R., afirmou que "o único regime de garante a unidade, a estabilidade e a continuidade de uma nação. Ninguém sabe o que será o Brasil em 2015!" Cortando, maliciosamente, na edição final, a parte em que o Príncipe conclui sua fala sobre a superioridade da Monarquia.

O Historiador Marco Antonio Villa, cometendo alguns erros, refere qua a Monarquia na Espanha é recente, esquecendo-se também que a tradição da Espanha é monarquista, visto que desde a união por casamento dos Reis Católicos (ainda no século XV), o Reino da Espanha assumiu esta forma de governo, sendo exceção apenas o período de 1873/74 e de 1932 a 1975, com repúblicas e ditaduras fracassadas, as quais os espanhóis rejeitaram de forma veemente, restituindo a Monarquia.

Para chocar ainda mais o telespectador, o politico Airton Soares, ex-deputado federal – líder da bancada do PT, numa demonstração clara de sua ignorância e despreparo, repete desesperadamente que é necessário “destacar este movimento que surgiu lá [Espanha] por um plebiscito pra discutir se o regime continua sendo uma monarquia constitucional ou se volta a ser, como foi por um período, república. Acho que este é um movimento que nós devemos prestar bastante atenção”. Ora, o ex-deputado deve achar importante este movimento que quer referendar a monarquia constitucional e parlamentar, pois deve achar muito mais interessante um governo republicano, como o brasileiro, onde o presidente é chefe de Estado e de Governo, tendo poderes absolutos, governando com medidas provisórias, na pseudodemocracia do Brasil. Sem nenhum argumento, tenta também desqualificar a Monarquia, ignorando o terrível histórico das repúblicas na Espanha. O desinformado ex-deputado petista, Airton Soares, por sua desinformação, é vítima do sistema de governo que defende: a república.

Numa tentativa de prejudicar a imagem da Monarquia espanhola, outra matéria traz um perfil detalhado da Princesa Dona Letícia da Espanha, expondo sua vida pregressa, acusando-a de conferir hábitos de vida de classe média ao marido e filhos, e mais uma vez o ex-deputado Alceu Soares, muito entusiasmado, demostrando sua veia de revoltoso/comunista, afirma: “taí uma Rainha diferente, [riso], vale 'a pena' observá-la. E o que ela já fez é muito importante pra essa questão de realeza”.

O Jornal da Cultura demostrou que não é capaz de fazer um jornalismo isento, imparcial. Que jornalismo é esse que impede que o expectador faça seu juízo a respeito da notícia que ouve? Que jornalismo é esse que serve a interesses escusos? Que conduta ética é esta? É a mesma dos políticos descomprometidos, desinformados e ignorantes.

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