quarta-feira, 9 de julho de 2014

PRÍNCIPE DOM LUIZ: TRINTA E TRÊS ANOS NA LIDERANÇA DE UMA CAUSA


Em 6 de junho último D. Luiz de Orleans e Bragança completou 76 anos de idade. Um mês depois, em julho, ocorreu o 33º. aniversário da elevação de D. Luiz à condição de Chefe da Casa Imperial do Brasil. Foram 33 anos fecundos, operosos, cheios de realizações.

Quando se verificava a passagem do comando de D. Pedro Henrique para D. Luiz, o Brasil também estava saindo de um ciclo e entrando em outro. Estava-se na fase final do regime militar e falava-se muito em abertura política. O clima estava favorável a que se cobrasse coerência das autoridades republicanas: abertura, não apenas para as esquerdas, mas também para os monarquistas!

Diante desse cenário político novo, muito diferente dos sucessivos cenários que tinham prevalecido durante as seis décadas em que D. Pedro Henrique estivera à frente da Casa Imperial, abriam-se oportunidades preciosas para os monarquistas, e D. Luiz, como chefe hábil, soube aproveitá-las.

Tão logo assumiu a Chefia, D. Luiz, imediatamente assistido por seu ilustre irmão, o Príncipe Imperial D. Bertrand, organizou seu novo secretariado, reorganizou seus arquivos e iniciou um amplo trabalho de rearticulação dos inúmeros simpatizantes que a Causa Monárquica tinha, de norte a sul, em todos os Estados do Brasil.

Inúmeras sementes lançadas, ao longo das décadas, por D. Pedro Henrique, bem regadas e bem tratadas por D. Luiz, brotaram, dando início a novas iniciativas e a um renouveau de esperanças por toda a parte.

As mensagens de Natal, do Príncipe, em lindos cartões sempre artísticos, sempre bem escolhidos, sempre acompanhados de mensagens apropriadas e de alto nível, marcaram época.

Logo que possível, iniciou o Príncipe uma ação que, sendo estritamente cultural, não deixava, entretanto, de ter um alcance político imediato: a luta contra a famigerada “cláusula pétrea”, que proibia qualquer proposta que modificasse a forma republicana de governo.

Em 1985, tomou posse Sarney, substituindo Tancredo Neves, que fora eleito, ainda em votação indireta, primeiro presidente civil após os 21 anos de regime militar. Tivera então início a Nova República, que decidiu convocar uma nova Assembléia Nacional Constituinte, a ser instalada quando tivesse terminado o mandato dos deputados em exercício.

De fato, em fevereiro de 1987 foi convocada a Constituinte, que concluiu seus trabalhos em outubro de 1988, com a promulgação da Carta Constitucional que, com mais de 30 emendas (se não fosse desrespeitoso, eu falaria em “trinta remendos”) continua até hoje em vigor.

Com a Nova República, um clima de euforia tomara então conta do País, largamente disseminado, aliás, por meios de comunicação de massa. Parecia – ou pelo menos se fazia parecer – que findara um longo pesadelo e que finalmente uma era de liberdade, paz e prosperidade sem iguais se abria para o Brasil. Foi sob esse signo de otimismo generalizado que nasceu a “Nova República”, em 1985. Dois anos foram mais do que suficientes para nosso povo, lúcido e inteligente, compreender que, trocadas as equipes de governo, tudo continuava na mesma... Seguiu-se o inevitável desencanto, e muitos de nossos compatriotas começaram a se perguntar se o Brasil afinal tinha conserto.

Foi nesse contexto que a Constituinte deu início a seus trabalhos. Debatia-se muito, nessa altura, a eventualidade de ser adotado, como alternativa para o fracassado modelo presidencialista, um sistema parlamentarista; seria, julgavam alguns, a panacéia para os males brasileiros.

Ora, a própria lembrança do modelo parlamentarista forçosamente trazia à tona velhas recordações de há muito sepultadas, de uma época em que o parlamentarismo monárquico fora aplicado no Brasil e funcionara eximiamente. Figuras prestigiosas do passado – de um passado remoto, mas que permanecia surpreendentemente vivo na memória nacional – retornaram então com naturalidade às páginas de jornais e ocuparam espaços nas programações de rádios e televisões.

As imagens de Zacarias, Ouro Preto, Caxias, Olinda, Paraná, Rio Branco, João Alfredo, Lafayette e tantos outros lustres do Parlamento imperial voltaram aos espíritos; e, pairando sobre elas, a figura veneranda de D. Pedro II, cuja honestidade e cuja dedicação à Pátria nunca se ousara negar, e a da Princesa Isabel, que sacrificara o trono pela redenção dos pobres escravos.

Tal era a força do contraste desse passado luminoso com o que todos os dias se estava habituado a ver e a sofrer, que as propostas monarquistas viram-se de repente na ordem do dia.

A Nova República nasceu do processo político da chamada Abertura, que se opunha ao regime de censura e de limitação de liberdades que vigorara em certa fase do regime militar. A Nova República desde o início se professou essencialmente democrática e liberal. Não era possível, nessa época em que comunistas extremados e até mesmo antigos guerrilheiros participavam livremente da vida pública do país, negar voz e vez aos monarquistas.

No dia 17 de março de 1988, o plenário da Assembléia pronunciou-se sobre a cláusula pétrea: 366 votos foram dados contra sua manutenção, apenas 29 a favor, e 5 constituintes preferiram se abster de votar.

Tão acertada decisão em larga medida se deveu a um documento que é uma verdadeira obra prima sob todos os pontos de vista – uma obra prima literária, uma obra-prima de patriotismo, uma obra-prima de senso da continuidade histórica representada por seu autor. Trata-se da famosa “Carta aos Srs. Membros da Assembléia Nacional Constituinte”, que D. Luiz, enquanto Chefe da Casa Imperial do Brasil, dirigiu aos Senadores e Deputados no dia 7 de setembro de 1987.

No dia 2 de junho de 1988, o plenário da Constituinte aprovou, novamente por esmagadora maioria (495 votos a favor, 23 contrários e 11 abstenções), a realização de um plebiscito sobre forma e sistema de governo, com três opções possíveis: república presidencialista, república parlamentarista e monarquia parlamentar. Esse plebiscito pretendia realizar, com mais de 100 anos de atraso, a consulta que a república brasileira, proclamada “provisoriamente” em 1889, prometera convocar e nunca convocara.

Colaborou de modo significativo, para a derrubada da cláusula pétrea e convocação do plebiscito, uma hábil articulação parlamentar conduzida principalmente pelo deputado A. H. Cunha Bueno. Durante os trabalhos da Constituinte foram de grande valia os esforços desse deputado que, colaborando então eficazmente com D. Luiz, obteve assinaladas vitórias para a Causa monárquica. É de bom grado que registro aqui esse mérito do conhecido ex-parlamentar que, infelizmente, logo depois tomaria um rumo não condizente, e até em profunda contradição, com os princípios monárquicos que dizia professar.

Dois outros fatos se realizaram nessa época, e que cabe recordar aqui. O primeiro deles foi a fundação da Juventude Monárquica, entidade com a qual tive a alegria de colaborar por vários anos, e que começou a se constituir em redor do Príncipe D. Luiz, sobretudo a partir da Carta aos Constituintes. Esse documento despertou enorme interesse e, mais do que isso, entusiasmo em jovens de vários Estados brasileiros. Muitos escreveram ao Príncipe, tomaram contato com ele, e foi assim que nasceu a ideia de ser constituída uma entidade.

Outra iniciativa da época, que cabe também recordar aqui, foi o lançamento, ocorrido a 28 de abril de 1989, do nosso livro “A Legitimidade Monárquica no Brasil”, sustentando, com base em documentação exaustiva e argumentação cerrada, os direitos de D. Luiz à chefia da Casa Imperial, decorrentes da bem conhecida renúncia que fizera, em 1908, o filho mais velho da Princesa Isabel.

Teve início, então, a campanha longa, trabalhosa, difícil, para o plebiscito de 1993.

Como disse, a mesma Assembléia Constituinte que abolira a Cláusula Pétrea também convocara um plebiscito para decidir sobre o sistema e forma de governo a ser adotado pelo Brasil.

A iniciativa desse plebiscito – fique isso bem claro – não foi de D. Luiz. Foi uma iniciativa do deputado há pouco citado, por conta própria, sem ter consultado a D. Luiz, que nunca teve ilusões quanto ao plebiscito, pois sabia perfeitamente, desde o começo, que, sendo organizado e realizado pelas autoridades republicanas, era evidente que elas trabalhariam “casuisticamente” o processo eleitoral de modo a fazê-lo em proveito próprio. O plebiscito era, ademais, sumamente perigoso para a causa monarquista. Era muito arriscado que, em caso de derrota vergonhosa dos monarquistas, a república parecesse legitimada para sempre no Brasil.

D. Luiz teve que aceitar o plebiscito como ele se realizou, nas condições desfavoráveis que lhe foram impostas, mas aproveitou a ocasião para difundir o ideário monárquico pelo Brasil todo.

Não é o caso de lembrar aqui todos os lances que cercaram o plebiscito, pois são muito recentes e ainda necessitam de recuo histórico para poderem ser bem avaliados. Tive a alegria de acompanhar tudo, passo a passo, desde o início até o final, e ainda conto escrever, pormenorizadamente, uma história dos bastidores da campanha do plebiscito.

As dificuldades financeiras, as traições, a negativa de acesso ao programa de propaganda televisiva para a frente parlamentar legitimista, que apoiava D. Luiz, dando todo o horário para traidores que se diziam monarquistas, mas somente semeavam confusão, e, por fim, a inconstitucional antecipação do plebiscito – tudo isso fez com que esse plebiscito se configurasse como uma imensa fraude, mais uma das inumeráveis fraudes da nossa história republicana.

Não foi fácil, evidentemente, a condução da Causa Monárquica nesse período conturbado e de incerteza. De um lado, D. Luiz como chefe, e também nós, os monarquistas mais atuantes, tínhamos que nos lançar em campanha como se tivéssemos certeza da vitória no plebiscito. Mas sabíamos, de antemão, que as cartas estavam marcadas e, por fas ou por nefas, de um modo ou de outro, a república arrumaria um jeito de não deixar a monarquia vencer.

Era preciso, pois, fazer a propaganda de modo jeitoso, mas preparando habilmente o terreno para, quando chegasse o momento de a república conseguir a sua pretensa vitória, ficasse claro aos olhos da opinião pública que era uma pseudo-vitória. E que a suposta derrota dos monarquistas, na realidade, tivesse o significado de uma imensa vitória moral.

Foi, de fato, o que aconteceu. Ao longo de toda a campanha, sempre, nas horas oportunas, o Príncipe lançou documentos denunciando os sucessivos casuísmos republicanos e advertindo que, fosse qual fosse o resultado das urnas, ele não exprimiria legitimamente a vontade do eleitorado, livre e maduramente expressa.

Apesar de todos os casuísmos, a causa monárquica obteve 13 % dos votos válidos. Foi uma derrota muito honrosa que, na realidade, significou uma vitória moral. Uma prova disso é que nenhum órgão de imprensa, no Brasil inteiro, se atreveu a declarar formalmente que o resultado do plebiscito constituía uma definitiva legitimação da república proclamada provisoriamente 104 anos antes.

Depois do plebiscito, prosseguiu a atuação dos monarquistas, mais centrada, de acordo com as sábias diretrizes de D. Luiz, nos aspectos culturais do que nos políticos. D. Luiz nunca foi favorável à constituição de um partido político monarquista, mas sempre preferiu a atuação cultural – entendendo-se o adjetivo cultural no seu sentido mais amplo e abrangente.

D. Luiz, como também o Príncipe D. Bertrand, são frequentemente convidados a proferirem conferências em universidades e em sedes de associações culturais de todo o Brasil, a propósito de comemorações de datas históricas ou de âmbito cultural.

Recordo aqui um único exemplo, entre inumeráveis outros que poderia citar. No dia 26 de março de 2008, o Instituto Histórico e Geo gráfico de São Paulo realizou, conjuntamente com a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, uma sessão solene comemorativa dos 200 anos da vinda da Família Real portuguesa para o Brasil. O ato foi realizado no salão-nobre da Faculdade, com a presença de mais de 800 participantes. O principal conferencista convidado foi precisamente o Príncipe D. Luiz, que ocupou, por gentil convite do diretor da Faculdade, Prof. João Grandino Rodas, a mesma cadeira que D. Pedro II costumava usar quando comparecia a sessões da Academia de Direito do Largo de São Francisco. A sessão se revestiu de um brilho excepcional nos anais da própria Faculdade de Direito.

Hoje, é frequente D. Luiz ser procurado por jornais ou revistas de todo o Brasil, que o interrogam sobre seu pensamento acerca dos mais variados assuntos da atualidade, por vezes sem a menor relação com o tema monarquia... Por que o fazem? Por que eles querem conhecer o pensamento do Chefe da Casa Imperial sobre aquele assunto? Os grandes meios de comunicação social, sismógrafos sensíveis ao interesse e à curiosidade do público, sentem que esse público deseja conhecer, entre outras, também a opinião monárquica. Isso porque, graças ao trabalho inteligente de D. Luiz ao longo dos 32 anos de chefia da Casa Imperial, a Causa Monárquica se transformou num verdadeiro polo de pensamento nacional, numa referência ideológica e cultural obrigatória não só para os monarquistas, mas até mesmo para muitos republicanos.

As recentes pesquisas arqueológicas dos restos mortais de D. Pedro I, D. Leopoldina e D. Amélia, foram, a esse respeito, significativas. Conduzidas de modo impecável, de todos os pontos de vista, por uma pesquisadora acadêmica de alto nível – Profa. Valdirene do Carmo Ambiel –, recebeu da mídia em geral uma cobertura correta e de grande impacto, precisamente porque o público mostrou-se apetente e interessado. O jornal “O Estado de S. Paulo”, órgão de tradições republicanas mais do que centenárias, consagrou todo um caderno especial, em dia de semana, ao “furo” jornalístico da divulgação dos trabalhos da Profa. Ambiel, e tal foi a procura da matéria nos dias seguintes, que precisou imprimir nova tiragem, para atender aos numerosos pedidos chegados de todo o Brasil e até do Exterior.

O Brasil está hoje numa decadência como jamais esteve em sua história. A moralidade pública desapareceu por inteiro, o descrédito da classe política não poderia ser maior, só há desesperança e desânimo nas instituições públicas. No entanto, D. Luiz e a Causa Monárquica pairam, por cima de todas essas baixarias, e constituem uma autêntica e brilhante reserva moral da Nação brasileira, à espera de melhores dias, que, tenho plena certeza, virão. E talvez estejam mais perto do que parece.

Graças a Deus, está assegurada a sucessão imperial. Após D. Luiz, ao qual ainda auguramos muitos e muitos anos de vida e atuação fecunda, temos o Príncipe D. Bertrand. Após ele, temos o Príncipe D. Antônio. E, depois desses três irmãos, já na geração seguinte, temos o Príncipe D. Rafael, que é hoje portador das nossas esperanças e promessa de muito futuro.

A Monarquia não é, como a República, obrigada a inventar, de tempos em tempos, nomenclatura nova para disfarçar seu indisfarçável desgaste.

A Monarquia é uma instituição antiquíssima e venerabilíssima, mas nunca envelhece, porque se renova sempre, a cada geração. Essa a nossa grande força!

– Adaptação do texto “D. Luiz: 32 na liderança de uma causa”, escrito pelo Professor Armando Alexandre dos Santos e publicado na edição de número 34 do boletim “Herdeiros do Porvir”.


quarta-feira, 2 de julho de 2014

A SUPERIORIDADE DA MONARQUIA









Em sua Proclamação, no dia 19 de junho de 2014, o Rei Don Felipe VI da Espanha deixou calara a superioridade da monarquia comparada a qualquer outra forma de governo:


Em espanhol


La independencia de la Corona, su neutralidad política y su vocación integradora ante las diferentes opciones ideológicas, le permiten contribuir a la estabilidad de nuestro sistema político, facilitar el equilibrio con los demás órganos constitucionales y territoriales, favorecer el ordenado funcionamiento del Estado y ser cauce para la cohesión entre los españoles


S.M. el Rey Don Felipe VI


Madrid, 19.6.2014


Em português


A Independência da Coroa, sua neutralidade política e sua vocação integradora ante as diferentes opções ideológicas, permitem-na contribuir com a estabilidade do nosso sistema político, facilitar o equilíbrio com os demais órgãos constitucionais e territoriais, favorecer o ordenado funcionamento do Estado e ser a base para a coesão entre os espanhóis.


S.M. o Rei Don Felipe VI

Madri, 19.06.2014

Na Espanha, os monarquistas fizeram uma comparação sobre os gastos dos governos republicanos e monárquicos:



FAMÍLIA IMPERIAL DO BRASIL E OS REIS DA BÉLGICA EM EVENTO NO RIO DE JANEIRO







Foi reinaugurada no Rio de Janeiro, a Avenida Rainha Elisabeth, que liga Copacabana a Ipanema.





Em cerimônia no dia 21 de junho, o Rei Filipe e a Rainha Matilde da Bélgica reinauguraram a Avenida e descerraram a placa que homenageia sua bisavó, a Rainha Elisabeth, Rainha da Bélgica de 1909 a 1965, localizada sob o busto do Rei Alberto I, na mesma via.



Dom Antonio e Dona Christine são recebidos pela primeira dama do Estado do Rio de Janeiro, Sra. Maria Lucia Horta Jardim


Sob os olhares atentos dos primos - Dom Antonio e Dona Christine (atrás) - o Rei e a Rainha da Bélgica recebem os cumprimentos da população


O busto do Rei Alberto I


Os atuais Soberanos belgas colocam flores sob a estátua do Rei Alberto I da Bélgica




O Rei Alberto I e a Rainha Elisabeth estiveram no Brasil em 1920 e, com esta viagem, contribuíram substancialmente com o desenvolvimento e crescimento do Brasil, defasado com a república. Foi através desta viagem, por exemplo, que se originaram várias empresas especializadas em mineralogia e também algumas das casas de caridade, que já naquela época assistiam os carentes vitimados pelo novo regime. Os cariocas, para homenagear o casal real, deram o nome da importante Avenida à Rainha e um busto ao Rei.


Compareceram à reinauguração, os primos dos Soberanos belgas, o Príncipe Dom Antonio e a Princesa Dona Christine de Orleans e Bragança, representando a Família Imperial do Brasil. Dona Christine, nascida Princesa de Ligne, das Casas mais antigas e nobres da Bélgica, para qual foi oferecida o Trono daquele país ainda no século XIX, cresceu juntamente com os Príncipes da Bélgica, tendo grande amizade com os Monarcas. Dom Antonio, da mesma forma, sendo primo e gozando das mesmas dignidades da Família Real da Bélgica, teve, junto com seus pais e irmãos, o prazer de receber, várias vezes, o Rei Filipe, ainda enquanto Príncipe, no Brasil.

O evento de reinauguração contou com a organização do Consulado da Bélgica no Rio de Janeiro, através do Consul Bernard Quintin, e do Governo do Estado. Presentes o Ministro das Relações Exteriores da Bélgica, o corpo Consular, a primeira dama do Estado, Sra. Maria Lucia Horta Jardim e autoridades do Estado, Munícipio, além da população, que acompanhou com alegria o ato.


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Imagens: Lu Lacerda, Agência Brasil, GERJ e Arquivo do Blog Monarquia Já

terça-feira, 17 de junho de 2014

Entrevista com o senhor Conde Rafael Alves de Almeida



Foi realizado neste sábado uma entrevista com o Comendador Rafael Alves de Almeida,Conde Alves de Almeida, pelo radialista Sebastião Souza Alicate, da rádio Pioneiro FM de Paiçandu, os diversos temas foram sitado e entre eles na oportunidade, conversaram sobre o posicionamento politico ideológico da monarquia,



FM: Sobre a parceria que tem feito com o Colégio Opção quais serão beneficio que traz ?

Rafael- A educação é essencial para garantir a prosperidade de um país e da fundação em que uma sociedade democrática é baseada instrumento. Receber educação de qualidade facilita e reforça as possibilidades de pessoal, o emprego e a inclusão social das nossas crianças e desenvolvimento da juventude. A nossa presença a cada ano nesta abertura simbólica nos permite compartilhar as esperanças e os nervos que vivem milhares de famílias carentes que não tem o estudo adequado . e a Instituição também me dá a oportunidade para enfatizar a importância da educação e para transmitir a mensagem de carinho aos professores, pais e alunos, bem como o total apoio de minha pessoa.

FM: Você sendo um pessoa da nobreza como foi sua crianção ? e sua infância foi como toda as outras ?

Rafael – Bom minha mãe sempre fez minha infância ser a mais normal mas Já desde pequeno o minha mãe e meu avo fala do compromisso que tenho com o País. É um privilégio saber que carregamos isso, de representar o Brasil”.

FM Gostaria que o senhor falar quem são os herdeiro do trono do Brasil que muitas pessoas desconhece a existência da realeza e quem seria o rei no dia de hoje.

Rafael- Quem seria o imperador no caso seria O Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, que é o atual chefe da Casa Imperial do Brasil e legitimo herdeiro.

FM: O que o senhor vê sobre o pais em uma novo plebiscito?

FM- Os países com melhores resultados de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo são monarquias. Podemos dizer que os países democráticos, como mais justiça social, são conduzidos por monarcas?

Rafael: Perfeito. Para uma democracia funcionar é preciso o respeito as leis e alguém acima, no caso o Monarca, é fundamental para que sejam cumpridas. O Poder Moderador sempre previu isso. A autoridade moral do Monarca traz em si o respeito às instituições.

FM- É o senhor e um jovem apesar de varias condecoração e titulo o que é difícil carregar esta responsabilidade ?

Rafael – De um lado é difícil, de outro a gente nasceu e foi criado para isso. Agora, traz uma responsabilidade muito grande. As pessoas olham para nós como quem deveria ser exemplo e eu devemos manter uma linha, uma dignidade, uma compostura para evitar toda e qualquer coisa que possa desabonar esse nome.

FM – No caso se a monarquia volta-se hoje os príncipes ao assumir o trono hoje os príncipes jovens estaria preparado ?

Rafael; Sim com toda a certeza estão pronto Todos estão pronto. Os príncipes são educados treinados para governa em qualquer momento como o imperador Dom Pedro que na sua infância herdo o trono os nosso príncipes estão mais que preparado.

FM: Que tipo de trabalho a vossa excelência tem ligado com a casa real e ao trabalho social ?

Rafael - Atualmente tenho participado de vários movimentos como paz no campo sou presidente de movimento monárquico. Meu dever como nobre brasileiro eu devo fazer o melhor para os pais e ao meu povo.
FM: sobre a vida sentimental da sua excelência como esta? como anda o caso do pequeno principezinho ?

Rafael- Não prefiro tocar neste assunto não a nada a ser declarado no momento mas logo soltarei um comunicado mas breve momento prefiro se manter calado para não ter possíveis especulação em torno do tema.

FM - como e seu cotidiano

Rafael – Normal tenho meus deveres como membro de casa real bem requisitado, mas fora tenho uma vida quase normal, mas sou bem visado por onde passo e bem divertido por modesta parte.

FM- Como o senhor vê o atual momento da política nacional?

Rafael: Nós vemos um descalabro por todos os lados, uma falta de respeito à população, uma falta de respeito às leis. O próprio presidente descumpre a legislação, como no caso da propaganda eleitoral antecipada. Ele como Chefe de Estado, deveria ser o primeiro a dar exemplo e isso não acontece. Temos um lindo e rico País e se vê tentativas de destruição dele. Atualmente no Brasil há um desrespeito à separação dos poderes com o presidente tentando influenciar a todos de forma negativa. Falta a figura do Imperador, do Poder Moderador, que está acima dos partidos. O Imperador já nasce com a responsabilidade. É um sacrifício que nós, da Família Imperial, fazemos com grande prazer. O Monarca, desde o nascimento, tem uma responsabilidade imensa com a Nação. Desde criança é preparado para considerar o País a sua família. O interesse maior dele, portanto, é o bem da sua Nação, da sua família.

FM – O senhor faz parte de algum vinculo político?

Rafael – Não temos qualquer ligação com movimento político, grupo econômico ou quaisquer fins partidários. um soberano não deve ter vínculos pois partido representa a minoria e eu como príncipe represente o povo e não minoria em partidos estamos por sima deste grupo.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

"JORNAL DA CULTURA" FALA SOBRE A ABDICAÇÃO DO REI JUAN CARLOS I DA ESPANHA






Sobre a abdicação do Rei Juan Carlos I a Coroa da Espanha, o tendencioso “Jornal da Cultura”, financiado pelo governo federal, fez curiosa reportagem sensacionalista como tentativa de desqualificar o sistema monárquico de governo. Na abertura da matéria, a jornalista Luiza Moraes afirma que grande número da população espanhola é a favor de um referendo sobre a forma de governo, esquecendo-se de que mais de 85% da população daquele país se demostrou a favor do regime Monárquico recentemente. A repórter evidencia ao máximo a crise econômica na Espanha, atribuindo a abdicação de Sua Majestade a este fator, esquecendo-se mais uma vez de que toda a Europa e, inclusive o republicano Estados Unidos, emergiram numa crise ainda mais grave. Pior ainda, ignora o caso do Brasil, como se somente as Monarquias estivessem suscetíveis a crises. Apresenta a monarquia como se fosse algo distante da realidade e acrescenta que apenas 23% dos países do mundo são monarquias e que, nos países onde este sistema vigora, os “Príncipes e Princesas ditam moda e comportamento”, completando mesquinhamente que a “Casa Real Inglesa fecha todos os anos no vermelho”. A desinformação é tamanha, que a jornalista também esquece que o Reino Unido é uma potência econômica e referência no IDH justamente por ser uma Monarquia forte e estável, tentando, de má fé, associar supostos gastos e futilidades ao sistema. Erroneamente coloca o déficit nas contas públicas, quando se sabe que a Rainha Elisabeth II cobre, com sua renda pessoal, muitos dos gastos públicos, como viagens de Estado e até mesmo o prestigioso jubileu de diamante.

A matéria refere que a monarquia mais antiga do mundo e mantida em Mônaco (com 800 anos de História), quando na verdade o sistema monárquico no Japão, na Dinamarca e na Inglaterra já ultrapassam 1.000 anos.

Mesmo com a explicação da professora Ana Paula Torres Megiani, da Universidade de São Paulo, a jornalista ignora a fundamental separação entre a Chefia de Estado e de Governo.

Entrevistado Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil, S.A.I.R., afirmou que "o único regime de garante a unidade, a estabilidade e a continuidade de uma nação. Ninguém sabe o que será o Brasil em 2015!" Cortando, maliciosamente, na edição final, a parte em que o Príncipe conclui sua fala sobre a superioridade da Monarquia.

O Historiador Marco Antonio Villa, cometendo alguns erros, refere qua a Monarquia na Espanha é recente, esquecendo-se também que a tradição da Espanha é monarquista, visto que desde a união por casamento dos Reis Católicos (ainda no século XV), o Reino da Espanha assumiu esta forma de governo, sendo exceção apenas o período de 1873/74 e de 1932 a 1975, com repúblicas e ditaduras fracassadas, as quais os espanhóis rejeitaram de forma veemente, restituindo a Monarquia.

Para chocar ainda mais o telespectador, o politico Airton Soares, ex-deputado federal – líder da bancada do PT, numa demonstração clara de sua ignorância e despreparo, repete desesperadamente que é necessário “destacar este movimento que surgiu lá [Espanha] por um plebiscito pra discutir se o regime continua sendo uma monarquia constitucional ou se volta a ser, como foi por um período, república. Acho que este é um movimento que nós devemos prestar bastante atenção”. Ora, o ex-deputado deve achar importante este movimento que quer referendar a monarquia constitucional e parlamentar, pois deve achar muito mais interessante um governo republicano, como o brasileiro, onde o presidente é chefe de Estado e de Governo, tendo poderes absolutos, governando com medidas provisórias, na pseudodemocracia do Brasil. Sem nenhum argumento, tenta também desqualificar a Monarquia, ignorando o terrível histórico das repúblicas na Espanha. O desinformado ex-deputado petista, Airton Soares, por sua desinformação, é vítima do sistema de governo que defende: a república.

Numa tentativa de prejudicar a imagem da Monarquia espanhola, outra matéria traz um perfil detalhado da Princesa Dona Letícia da Espanha, expondo sua vida pregressa, acusando-a de conferir hábitos de vida de classe média ao marido e filhos, e mais uma vez o ex-deputado Alceu Soares, muito entusiasmado, demostrando sua veia de revoltoso/comunista, afirma: “taí uma Rainha diferente, [riso], vale 'a pena' observá-la. E o que ela já fez é muito importante pra essa questão de realeza”.

O Jornal da Cultura demostrou que não é capaz de fazer um jornalismo isento, imparcial. Que jornalismo é esse que impede que o expectador faça seu juízo a respeito da notícia que ouve? Que jornalismo é esse que serve a interesses escusos? Que conduta ética é esta? É a mesma dos políticos descomprometidos, desinformados e ignorantes.

CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO HOMENAGEIA A PRINCESA DONA ISABEL




Dona Christine e Dom Antonio de Orleans e Bragança
acompanhados pelo Vereador Cesar Maia


Mais de 100 pessoas estiveram presentes a sessão da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, na homenagem à Princesa Dona Isabel, pelo transcurso da data comemorativa da Lei Áurea.

Dona Christine e Dom Antonio de Orleans e Bragança representaram a Família Imperial. Presentes inúmeros membros do Círculo Monárquico do Rio de Janeiro e monarquistas de diversas entidades, além do Abade do Mosteiro do Rio de Janeiro, S.E.R., Dom José Palmeiro Mendes, OSB.


O destacado professor José Ubaldino Motta do Amaral que palestrou sobre a homenageada, destacando detalhes da vida e dos feitos da Princesa Redentora, conforme transcreve o Blog Monarquia Já através de indicação de seu colaborador e membro do Círculo Monárquico de Juiz de Fora, Jean Menezes do Carmo:


Exmo. Sr. Vereador César Maia, Altezas Imperiais e Reais D. Antônio e D. Christine, Príncipes do Brasil e de Orleans e Bragança, demais membros componentes da Mesa, Senhora e Senhores.


Pedem-me para falar sobre a Princesa Isabel, e eu pergunto:


Quem foi a Princesa Isabel?


Se fôssemos fazer uma pesquisa de rua, teríamos, com certeza, um resultado espantoso. Não tendo uma equipe que pudesse realizar tal pesquisa, fiz uma consulta entre pessoas de minhas relações, parentes, amigos, colegas de faculdade, de trabalho e da paróquia a que pertenço, empregadas domésticas, operários e até motoristas de táxi, e verifiquei:


a) 60 entrevistados (entre 8 e 96 anos, brancos, negros, mulatos e orientais; de analfabetos a doutores; de ambos os sexos; dos economicamente menos favorecidos aos mais favorecidos), 36 acertaram sucintamente “Foi a Princesa que libertou os escravos”; dos 36, somente 8 acertaram a resposta da pergunta: “Por que a Princesa pôde libertar os escravos?; dos 8, somente 1 acertou o ano em que ela faleceu.


Obtive respostas espantosas. Um a associou ao Zumbi dos Palmares; outros disseram que ela era mulher de D. Pedro II. Uma ainda achava que ela era “a rainha malvada que mandou matar Tiradentes”. Se perguntarmos por que ela pôde libertar os escravos, pouquíssimos saberão dizer. Ouvi até que “ela era princesa e podia fazer o que queria” Quando, eu disse que ela tinha falecido em 1921, foi um espanto geral. Até hoje, uma dessas entrevistadas, ainda lúcida aos 97 anos (nascida em 1917), se sente orgulhosa de ter sido contemporânea de Princesa, e me agradece a informação. A impressão geral que se tem é que ela embarcou para o exílio e desapareceu nas brumas do oceano.


Qual a causa dessa desinformação? E quem é a Princesa Isabel?


a) A maior personalidade feminina da História do Brasil, entretanto a mais caluniada e mais difamada.
Viveu 45 anos no Brasil e 31 no exílio. No Brasil, a partir de 1871, ano em que sancionou a Lei do Ventre Livre, passou a ser atacada da maneira mais baixa e cruel possível. Devemos nos lembrar que o partido republicano se originou de uma reação dos escravocratas contra essa lei. Os republicanos sempre foram aliados dos escravocratas e, com honrosas exceções, só se tornaram abolicionistas depois da Lei Áurea. De 1871 a 1889, foi atacada, de maneira brutal, pelos republicanos, mas não defendida pelos monarquistas. Dizem que os ministros – até conhecê-la melhor, com honrosas exceções, apenas toleravam-na. Era classificada de inepta, ignorante, fútil, interesseira – pasmem – adúltera. Em 1889, expulsa do país pelo golpe militar, ela foi propositalmente esquecida. A imprensa, não mais tão livre como no Império, a tratava com desprezo e com uma certa ironia, como se ela tivesse sido um mal necessário ao Brasil.


Entretanto, em 1921, o presidente Epitácio Pessoa decretou um luto oficial de três dias por seu falecimento, mas ela voltou a ser realmente lembrada em 1930, quanto caiu a primeira república (1891-1930), e assim foi até por volta de 1964, quando caiu a quarta república (1946-64), principalmente em 1946, ano de seu centenário, quando o túnel do Leme foi duplicado e a aberta a avenida que tem o seu nome. Façamos um parênteses: hoje estamos na sétima república (1988), o que nos dá mais repúblicas do que reinados, pois estaríamos no quinto.


A partir de 1988, ano do Centenário da Abolição, quando procuraram minimizar sua atuação, voltou a ser caluniada como enquanto aqui vivia. Era o regime republicano, que, não podendo mais negar seus próprios erros e vícios espalharia boatos sobre erros imaginários da monarquia, principal- mente, dos atos da Princesa.


A desinformação sobre a Princesa Isabel é proposital. A Princesa Isabel encarnava as virtudes que e república queria ter e não tinha por sua origem. Toda a desinformação foi baseada em quatro sofismas que procuraram desmoralizar sua memória.

1) Julgar personalidades e fatos do passado pelos padrões atuais (somente Cristo seria aprovado se assim julgado);

2) Confundir república com democracia (As maiores democracias do mundo atual são as monarquias, citando-se por continente: Europa, Noruega; Ásia, Japão; África, Marrocos; América, Canadá; Oceânia, Nova Zelândia;


3) Identificar a escravidão com a monarquia (A história da monarquia brasileira é a luta, durante oitenta anos, contra a escravidão);
4) Ver na república um estágio superior do desenvolvimento político (Se assim fosse, a América Latina seria um paraíso democrático, e absolutamente não o é).


b) Símbolo da mulher discriminada e vítima de preconceitos: Ela foi realmente discriminada. Hoje, os que tanto falam – e com razão – dos preconceitos e da discriminação sofrida pela mulher através dos séculos, deviam erigi-la em patrona das discriminadas, pois nenhuma mulher brasileira foi mais discriminada que ela, e por causa de atributos pessoais dos quais ela não podia se livrar.


1 – Era Princesa Imperial

A sucessão ao trono, regulada pelo art. 117 da Constituição de 1824, rezava, muito claramente, que esta se daria na descendência do Imperador D. Pedro I, preferindo-se as linha anteriores às posteriores; na mesma linha, o grau mais próximo ao mais remoto; no mesmo grau, o sexo masculino ao feminino; no mesmo sexo, o mais velho ao mais moço. Ela se encaixava neste último item. O Imperador tivera duas filhas que chegaram à idade adulta: ela e sua irmã mais moça, Leopoldina. Ora, ela era a mais velha. Mesmo que renunciasse ao cargo, sua herdeira seria outra Princesa Imperial.


2 – Era mulher; a mentalidade brasileira era extremamente machista. Ninguém criticava a Inglaterra e, mais tarde, a Holanda por serem governadas por rainhas.

Até as mulheres brasileiras não achavam de bom tom uma mulher no trono brasileiro.


3 – Era católica, mas acusada de ser fanática. O que se entende por fanatismo? As quatro atitudes do homem frente à vida: saber (ciência), fazer (técnica), sentir (arte) e crer (fé); o fanático é aquele que não admite nada além da fé; como os positivistas que chegaram a provocar uma revolta da escola militar contra a obrigatoriedade da vacina, certas seitas fundamentalistas (que se dizem cristãs), que não aceitam transfusões de sangue ou de medula; os fundamentalistas islâmicos. Mas ela não era mais católica do que as senhoras piedosas de sua época. Mais que isso: era profundamente cristã: amava a Deus sobre todas as coisas, quer se tratasse de sua pátria ou de sua família. A Deus ela recorreu em todas as crises da vida: a esterilidade, a política e os problemas de família. Apesar de não ser atendida em suas preces, ela nunca se revoltou. Na sua última doença, declarou ao confessor que ia administrar-lhe os últimos sacramentos: “Desejaria permanecer por mais algum tempo entre os meus, mas Deus sabe o que é melhor para nós”. Suas devoções nunca atrapalharam suas funções políticas. Poderia deixar de ser católica? Como seria julgada pela sociedade brasileira se se convertesse a outra fé? Ou se se declarasse ateia? Criticaram muitos suas devoções. Em todas as ocasiões dolorosas de sua vida, entregou a Deus a solução delas. Quais foram essas ocasiões?


ESTERILIDADE: seis gravidezes e três filhos: dois abortos espontâneos e uma menina natimorta. Enquanto sua irmã Leopoldina teve quatro meninos, Isabel não teve nenhum. Em 1868, vai a Caxambu, onde paga a promessa antes de receber a graça, a construção da capela a Santa Isabel da Hungria. Em 1869, ela se oporia a ida do Conde d’Eu ao Paraguai, temendo que ele morresse antes de ao menos ela lhe ter podido dar um filho.


Não havia um real problema de sucessão, porque seus sobrinhos eram seus herdeiros constitucionais. Mas, havia o forte instinto de maternidade. Mas ela tudo fez para ser mãe. Em 1871, ao assinar a Lei do Ventre Livre, ela estava grávida. Abortaria no mês seguinte. Tratando-se na Europa com o Dr. Depaul, ela engravida, mas voltando ao Brasil, teria a menina que nasceria morta. Em nenhum desses revezes ela esmoreceu; entregou tudo nas mãos de Deus e continuou a pedir-lhe a graça da maternidade. Somente ao completar onze anos de casada, em 15 de outubro de 1875, num parto extremamente difícil, atendida pelo mesmo Dr. Depaul, auxiliado pelo Dr. Sabóia Lima, e pela enfermeira Soyer, juntamente com seus pais e com a Condessa de Barral, ela dá a um a D. Pedro de Alcântara que, por causa de trauma sofrido na vértebra cervical, nasceria com o braço esquerdo paralisado.


SAÚDE DO FILHO – Passou um ano na Europa. Tratamento deu resultado. D. Pedro aprovado para as Escolas Militares que frequentou na Áustria. Era exímio cavaleiro e atirador.


LEI DO VENTRE LIVRE E LEI ÁUREA – Não tomou decisões políticas sem dúvidas ou hesitações. Muito pensou, pediu conselhos e teve seus embates íntimos. “Subi ao meu quarto e, de joelhos, agradeci a Deus ter podido tomar uma medida tão humanitária”, confessou a amigos, depois de assinar a sanção da Lei Áurea.


4 – Era casada com um estrangeiro.


Era preciso que se casasse. A primeira obrigação de um príncipe é a continuidade da dinastia; seu marido e primo-segundo, Gastão, conde d’Eu, foi verdadeiro “saco de pancadas” da oposição republicana.


De início, o Conde d’Eu, de apenas 22 anos, um tanto imaturo, parece ter pretendido ser autoritário, também no sentido político, para com a esposa. D. Pedro II tratou de fazê-lo ver seu lugar constitucional. A Princesa Isabel gostava mais de ser secretariada por ele (dizia que ele preparava-lhe as “papinhas”), homem extremamente organizado, que nunca jogava fora um papel, do que de ouvir suas opiniões. Além do mais, muitas vezes suas opiniões divergiam como acontecia nas sessões do Conselho de Estado, do qual ambos, por regra constitucional, faziam parte. Era tido como orgulhoso e pouco simpático, por causa da extrema surdez, que o impedira de aceitar um lugar de professor da Academia Militar, pois não ia conseguir ouvir as perguntas e respostas dos alunos. No final da vida, usava um cone acústico. Agiu estritamente dentro da constituição. Mas a grande divergência, que nos mostra a diferença de caráter de ambos, foi por ocasião do oferecimento pelos militares golpistas de uma indenização no valor de quatro toneladas e meia de ouro, ao Imperador para abdicar. A Princesa, sempre idealista, como foi dito, rejeitou-a horrorizada. O Conde d’Eu, mais prático, era de opinião de que D. Pedro II deveria aceitá-la.


Todos os políticos contemporâneos são unânimes em afirmar que o Conde d’Eu não influenciava em nada a Princesa Isabel.


Nenhuma das causas pelas quais era atacada prejudicava a nação.


c) Símbolo de um Brasil legítimo, verdadeiramente brasileiro.


Em 17 de novembro de 1889, foi expulsa do país como indigna de nele viver. Como isso pôde acontecer? Afinal, sua situação política era perfeitamente legítima e legal. Donde proviria, então, o direito de se fazer com ela e com toda sua família o que tinham feito? Se, nas democracias – e o Brasil era a maior democracia das Américas –, todo poder emana do povo e em seu nome é exercido, de onde vinha esse poder que a expulsava, já que não provinha do povo nem de seus representantes legais (O Imperador e a Assembleia Geral [Parlamento])?


A única resposta que temos é: não vinha do direito, vinha da força, e da força bruta. Quando dois dias antes, o general Deodoro resolvera, num ato covarde, de desobediência, de perjúrio, de ingratidão pessoal, e, principalmente, de antipatriotismo, “proclamar” a república, ele matou, no Brasil, o estado de direito. Acabou-se, para nós, a força do direito. Passaríamos, então, ao direito da força, mentalidade que, até hoje, vigora entre nós, pois aceitamos como ético qualquer ato de força, desde que defenda os interesses de uma classe ou de uma corporação, a que pertençamos ou que nos julguemos pertencer. O pensamento – ensinado nas Faculdades de Direito – que a força cria um novo direito, anulando o direito anterior, é totalmenteimoral; transforma o direito na força do mais forte; e a lei, neste tipo de direito posto no papel. Pode existir a legalidade, mas não há a legitimidade. Assim, hoje, muitos se horrorizam com as ditaduras fascistas e comunistas que existiram e ainda existem no mundo, mas se esquecem que elas foram ou sãolegais, pois estão dentro da lei que presentemente vigora nesses países. No verdadeiro pensamento ético, o direito violado se torna moralmente inalienável. Não há constituição, lei ou decreto que o anule. A legitimidade nada mais é que o direito por meio do direito. Se aceitamos o direito de golpe político, temos que aceitar tudo, até mesmo que os traficantes de drogas, pessoas e armas se apossem do governo.


Tem-se a impressão que tal mentalidade do direito da força sempre existiu no Brasil. Não é verdade. Até 1889, nada no Brasil se fizera na ilegalidade, nem mesmo as grandes mudanças que nos levaram à igualdade política (soberania, constitucionalização e a independência), e a caminho da igualdade social (abolição da escravatura).


A História do Brasil é uma história constante evolução.


De uma terra identificada, já em seus domínios teóricos, pelos navegadores portugueses, no tempo do Rei D. Manuel, e dividida em quinze capitanias por D. João III, a uma nação politicamente independente, o Brasil evoluiu constantemente. As mesmas capitanias foram ligadas entre si por um Governo Geral, que transformado em Vice-Reino, atravessou os séculos XVI, XVII e XVIII.


A grande mancha, que nos iria acompanhar durante toda a história, foi a escravidão africana. Não havia outra maneira de levar a colonização à frente, com uma população branca tão pequena e – diga-se de passagem – avessa ao trabalho braçal. Porque, para o português, o trabalho braçal era indigno. A Península Ibérica cristã, invadida e dominada pelos mouros muçulmanos, levou 700 anos para expulsá-los. O mouro ficou, para sempre, no espírito ibérico, como símbolo do inimigo anticristão. Mas o mouro trabalhava no campo, mourejava. Ora, assim, tal trabalho era mal visto pelo cristão que queria ser cavaleiro. Daí, em última análise, a necessidade do braço escravo negro na colonização brasileira.


Foi uma colonização boa? À primeira vista foi inferior às colonizações espanhola e inglesa. O português, sempre tendo que se defender da absorção castelhana, nunca pode admitir uma nação múltipla. Assim, sua política nunca foi a de desenvolver a colônia senão para sustentar a metrópole. Tal política havia de provocar reações da identidade nacional que se formava. Quando tais reações estavam chegando a um ponto crítico, uma personalidade internacional tomou uma resolução decisiva.


Em 1807, o Imperador Napoleão Bonaparte, ao ver que Portugal não se submeteria à sua vontade (bloqueio continental) decretou sua extinção e sua divisão entre seus aliados, mas não imaginava o benefício que estava fazendo ao Brasil. O Príncipe Regente D. João, ao fugir com o governo português para a colônia, se tornaria o fundador da nacionalidade brasileira, e iria redimir todos os erros cometidos pela colonização lusa, dando-nos soberania e a unidade política, enquanto a América Espanhola se fragmentava em repúblicas mais ou menos lamentáveis, que se tornariam, rapidamente, objeto da ambição e da cobiça do imperialismo dos Estados Unidos. Realmente, D. João VI fez o Brasil progredir trezentos anos em treze (1808-21).


E a evolução brasileira continuou, cada vez mais rapidamente: em 1808, de colônia explorada, com as quinze capitanias, passamos a sede da monarquia portuguesa, com dezoito províncias; em 1815, a Reino Unido a Portugal e Algarves, obtendo, assim, nossa soberania; e, em 1821, a monarquia constitucional.


Ao tentar desfazer as reformas de D. João VI em favor do Brasil, a constituinte portuguesa (cortes) provocou o movimento da independência, apoiado pelo Regente D. Pedro, que se tornaria o Imperador D. Pedro I. A revolução da independência foi uma revolução legítima, pois manteve a nossa evolução, manteve os nossos direitos à soberania nacional que já possuíamos.


A Constituição de 1824 não foi outorgada como geralmente se ensina. A outorga dá ideia da cessão de um direito. Ora, D. Pedro I não tinha nem se sentia com direitos de soberano absoluto, por isso não se pode dizer que ele outorgava nada ao povo. Essa outorga já havia sido feita por D. João VI em 1820, ao aceitar o fim do absolutismo no Reino-Unido. A Constituição de 1824 apenas não foi feita por uma constituinte eleita, mas nomeada, e esse fato a tornou superior a qualquer das sete (1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969 e 1988) que a seguiram; é considerada, hoje, por todos os estudiosos, brasileiros e estrangeiros, como um monumento jurídico. Ela nos daria a estabilidade política por quase 70 anos. A criação de um poder neutro, fiscal, apartidário, o Poder Moderador, foi de um acerto extraordinário. Com ele, o Brasil continuou a evoluir politicamente. Quando exercido por pessoas não habilitadas, de 1831 a 1840, no chamado período regencial, a unidade nacional quase naufragou. Um menino de 16 anos incompletos, conseguiu recuperar o país. Por que? Porque ele era, como seu avô e seu pai, um símbolo vivo da nação.


Resolvido o problema da unidade, sobrava o problema social da escravidão. Hoje em dia, muito se costuma identificar a monarquia com a escravidão, a alegação foi muito usada na propaganda republicana na época do Plebiscito.


Pelo contrário: a história da monarquia brasileira resume-se em sua luta contra a escravidão. D. João VI já demonstrara comiseração para com os negros. D. Pedro I, em 7 de abril de 1831, teve de abdicar – sabe-se hoje – porque a Fala do Trono, com que ia abrir a Assembleia Geral (Parlamento) em 3 de maio, solicitava aos deputados que pensassem numa solução para o problema escravo.


Conhecem-se as leis antiescravagistas durante o reinado de D. Pedro II: a Lei Eusébio de Queiroz (Lei do Trafico), que proibia o tráfico negreiro; a Lei Paranhos (Lei do Ventre Livre), que declarava livres os filhos nascidos de escravas; a Lei Saraiva-Cotegipe (Lei dos Sexagenários), que libertava os escravos aos sessenta anos de idade; e finalmente a Lei Áurea, que extinguia a escravidão no Brasil.


A Princesa Isabel esteve ligada a dois desses fatos. Ela, como regente do Império, em lugar de seu pai, como chefe do Poder Moderador e chefe nominal do Poder Executivo, sancionara as duas leis, respectivamente em 28 de setembro de 1871 e em 13 de maio de 1888.


Costuma-se considerar que o golpe militar que nos impôs a república foi uma consequência da abolição da escravatura. A Princesa teria sacrificado seu trono em prol dos escravos. Realmente, ela arriscou que os senhores de escravos, que tiveram sua propriedade confiscada pela Lei Áurea, viessem a eleger uma maioria republicana. O Presidente do Conselho de Ministros (Primeiro-Ministro) teria, assim, de ser escolhido dentre essa maioria. Ele, certamente, solicitaria da Câmara uma lei que abolisse a monarquia, que deveria ser – tal como cerca de 60 anos mais tarde aconteceu na Islândia, ao separar-se da Dinamarca – sancionada pelo Imperador. A tal circunstância realmente ela se arriscou. Mas, o que aconteceu foi algo inteiramente diferente: o partido republicano perdeu duas das quatro cadeiras que ocupava na Câmara. A Princesa passou a gozar de imensa popularidade. Onde quer que aparecesse era ovacionada. Desapontados, os republicanos viram que só poderiam chegar ao poder através de um golpe de força. Aproveitaram-se do desentendimento do Partido Liberal com o Clube Militar, espalharam boatos e aconteceu o que aconteceu.


Sabemos muito de sua vida no Brasil. Felizmente, há inúmeras boas obras a seu respeito, escritas por pesquisadores sérios e isentos, desde Pedro Calmon até Jacobina Lacombe. Há mesmo um que só trata de suas gravidezes (sempre de risco) e seus partos difíceis, de Barros Simões. Documentação preciosa se encontra nos Arquivos do Castelo d’Eu, hoje em poder do Itamarati, no Museu Histórico, no Museu Imperial em Petrópolis, no Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora, para citar somente os mais importantes.


Entretanto, de sua vida no exílio, pouco se fala. Todos os seus biógrafos tratam seus últimos trinta anos de vida em poucas páginas, no máximo em um capítulo. Até mesmo Alberto Rangel que em sua obra “Gastão de Orleans, o último Conde d’Eu”, abrevia os trinta anos em poucas páginas. Fato bem estranho, pois ele, como historiador e bibliotecário, foi contratado pela Família Imperial para organizar os Arquivos do Castelo d’Eu.


Desse período temos fontes fidedignas:


1) Um Jovem Príncipe Cristão – D. Luis Gastão do Brasil (Um jeune Prince Chrétien – Louis d’Orléans-Bragance), de Monsenhor René Delair (tradução publicada na Internet)


2) De todo Coração (Tout m’est Bonheur), de Isabel de Orléans e Bragança, condessa de Paris (tradução publicada)


3) Minha Mãe, a Princesa Imperial Viúva (Le Temps de ma Mère), de Pia Maria, Princesa Imperial do Brasil, condessa Renato de Nicolaÿ (tradução não publicada)


4) Memórias, de Alberto Latapie, administrador do Castelo d’Eu (já traduzido e não publicado)


5) Correspondência passiva – Arquivos do Castelo d’Eu


6) Correspondência ativa – Em vários arquivos.


Podemos dividir esses 31 anos em três período. O primeiro que vai de 1891 a 1901, depois de ser obrigada a aviver modestamente com uma mesada dada pelo sogro, ela, com a herança recebida de D. Teresa Cristina, adquire o palacete de Boulogne-sur-Seine (1895), onde instala sua casa brasileira, inclusive com uma pequena capela, onde introniza a Rosa de Ouro, condecoração que merecidamente recebera do Papa Leão XIII. É o período em que o casal se dedica à educação dos três filhos, matriculados, primeiramente, no Colégio Stanislas, em Vaugirard e, mais tarde na Escola Militar de Wienner-Neustadt, e Mariahilfestrasse, em Viena, ambas na Áustria, de onde os três sairiam oficiais do exército imperial austro-húngaro.


Nesse período, em 1895, Alberto Latapie é contratado. Falecem o Duque de Nemours e sua filha Margarida Czartoryska. Trava conhecimento com José Sarto, Patriarca de Veneza. Ela felicita-o por ter sabido que ele aprovara, depois de uma entrevista, a entrada de uma negra sudanesa, num convento nas irmãs canossianas. Como ela, ele mostrara não ter preconceito de raça. Este patriarca se tornaria o Papa Pio X, hoje São Pio X; a negra sudanesa, Santa Josefina Bakhita.
Dá-se a tragédia do incêndio do Bazar de Caridade, em 4 de maio de 1897, onde morre a Duquesa de Alençon. O Conde d’Eu estava na Itália em visita a um tio. A Princesa, que colaborava com a concunhada, Duquesa de Alençon, teve de voltar para casa cedo, e pediu a Latapie que levasse um recado à Duquesa. Ele chegou e encontrou o local em chamas. “Soube que Cândido Guimarães – amigo de seus filhos – tinha chegado, perguntado se D. Isabel estava em casa e – resposta positiva – tinha lhe contado que o Bazar de Caridade, onde havia muita gente, tinha sido destruído por um incêndio, e que estavam muito preocupados com a duquesa de Alençon, de quem nada sabiam o que tinha acontecido. Imediatamente, a Princesa pediu o coche e dirigiu-se sozinha a Paris. Não quis levar Latapie, nem D. Antônio (15 anos), considerado muito jovem para ver corpos carbonizados. Os outros filhos estavam na Áustria. Ela voltou tarde; tinha empreendido todas as buscas possíveis e imagináveis. No Palácio da Indústria, para onde tinham sido levados os corpos das vítimas, não se tinha ainda certeza de que a duquesa de Alençon estava entre os irreconhecíveis”. Realmente, seu corpo somente foi reconhecido por seu dentista, através da arcada dentária.
O segundo vai de 1901 a 1914. Os filhos atingem a maioridade e cada um recebe seu diploma nas respectivas escolas militares. D. Antônio, o mais moço, se apaixona pela princesa Adelaide de Bourbon-Parma, filha do Duque de Parma, que não aceita sua corte, apesar de seus pais e a Princesa e o Conde d’Eu aprovarem o casamento. Com o falecimento do Duque de Parma, em 1907, ela e duas irmãs se tornam monjas beneditinas. Desiludido, ele decide não mais se casar, e passa ter uma vida um tanto folgada, com namoros e casos amorosos, para o desespero da Princesa, sempre preocupada com a salvação da alma dos filhos.
Nessa época, seu marido adquire o castelo d’Eu.Construção com cerca de 300 anos, teve, em 1902, toda a parte sul destruída por um violento incêndio que poupou apenas a capela e o banheiro. Seu proprietário, o Duque de Orléans, Chefe da Casa Real de França, pretendia demolir o que restava dele, mas, em 1904, aceitou vendê-lo ao Conde d’Eu. Infelizmente, este preferiu adquirir somente o castelo, mas não a floresta anexa, e aplicar seu dinheiro em ações na Bolsa de Paris. Foi um erro fatal. O castelo não pôde se manter sem a floresta e seus herdeiros acabaram tendo de vendê-lo na década de 1960. Mas, em 1905 os trabalhos de restauração foram levados a cabo pelo Conde d'Eu e, mais tarde, por seu filho D. Pedro de Alcântara. Nessa propriedade, o Conde d’Eu se sentiu realizado. Na vida política do Brasil, fora um verdadeiro “saco de pancadas”. Agora, estava na França, onde não era mais hostilizado, e instalado no castelo que levava o seu nome. Não podemos deixar de lhe dar uma certa razão. Talvez essa plena realização entristecesse um pouco a Princesa Isabel, sempre saudosa do Brasil. Sua neta, a Condessa de Paris, testemunha que seus avós habitavam os mesmos aposentos, conversavam muito, nunca discutiam, mas jamais riam.


Vai a Roma algumas vezes. Tem entrevistas com os papas Leão XIII e Pio X. Bento XV não a conheceu. Seu pontificado teve a duração da I Guerra Mundial. E ela, só saiu uma vez da França, para ir a Espanha.


Sempre manteve contatos epistolares com o Brasil. Politicamente, desaprovou o uso da força para uma restauração da Monarquia. A muitos (João Alfredo, Gunbçeton Daudt, Visconde de Maracaju) concedeu licença a ela solicitada para exercerem cargos no governo, já que eram para o bem do Brasil. O único a nunca aceitar cargo algum apesar de sua licença, foi o Visconde Taunay, que ficou numa situação de penúria, mas sempre fiel à memória do “seu Imperador” e à “sua Imperatriz”.


Nessa época, D. Luís conhece a princesa Maria Pia de Bourbon-Siília, sua prima-segunda, filha do Conde de Caserta, Chefe da Casa Real das Duas Sicílias, então exilado em Cannes. A princesa era um tipo de beleza. Declarou aos pais que só se casaria com ele e com mais nenhum outro. Ele comunicou aos pais que desejava pedi-la em casamento, aprovado totalmente pela Princesa Isabel, pois o Conde e a Condessa de Caserta eram seus primos-irmãos. Esse casamento levaria quase cinco anos para se realizar.


A Casa Real de França em vias de extinção. O Conde d’Eu vê a possibilidade de criar um ramo francês em sua descendência. Tenta convencer a D. Luís de renunciar seus direitos brasileiros para se candidatar a essa presumida herança, mas este se nega peremptoriamente. Mas D. Pedro de Alcântara cede. Mais ou menos na mesma época que o irmão, ele tinha conhecido a condessa Elisabeth Dobrzensky de Dobrzenicz, da alta nobreza da Boêmia, cujo castelo passou a frequentar. Mas a condessa não é aceita pela Casa Real de França, por não ter sangue real (Alteza). É a condição que D. Pedro exige para sua renúncia. No documento da renúncia, ele não cita o motivo. Se citasse, ela seria inconstitucional, pois a Constituição de 1824 não tratava no casamento dos príncipes, mas somente de uma imperatriz reinante.


A Princesa sentiu que sua família, que era, até então, a Família Imperial do Brasil, se dividia. Foi obrigada a aceitar – desculpem-me a expressão – aquela “desculpa esfarrapada” de um casamento desigual. Ela, pessoalmente, não nutria sentimentos tão aristocráticos como a Casa Real de França. D. Pedro de Alcântara renunciou aos seus direitos para atender o desejo paterno. Aplicaram um dispositivo francês na Família Imperial brasileira. Criou-se uma condição supraconstitucional, que não tinham direito de criar, pois só a Assembleia Geral Imperial (então inexistente) tinha autoridade de alterar a Constituição. Isso, naturalmente, não invalida essa renúncia, nem a todas que a seguiram através dos tempos.


13 de julho de 1905 – Santos Dumont cai com seu balão sobre uma árvore da propriedade vizinha, ficando preso entre os galhos até ser retirado por bombeiros. A princesa Manda-lhe um farnel para que almoçasse ali mesmo e lhe dá uma medalha de São Bento, protetor contra acidentes. Ele que se torna amigo de seus filhos, tendo mesmo levado com ele em seus voos.


REI JUAN CARLOS I DA ESPANHA ABDICA EM FAVOR DO PRÍNCIPE FILIPE






Depois de ter restabelecido a paz e a democracia na Espanha, faltando apenas cinco meses para completar 40 anos de reinado, Sua Majestade, o Rei Juan Carlos I renunciou o Trono a favor de seu filho, o Príncipe Filipe.

Nascido Dom Juan Carlos Alfonso Víctor María de Borbón y Borbón Dos Sicílias, em Roma, na Itália, durante o exílio da Família Real Espanhola, em 1938, é filho do Príncipe Dom Juan Carlos e da Princesa Dona Maria de las Mercedes de Bourbon Duas-Sícilias e Orleáns, Conde e Condessa de Barcelona. O Rei Juan Carlos I foi criado na Espanha, onde iniciou sua carreira militar, formando-se, na década de 60, em Direito Político e Internacional, Economia e Finanças Públicas. Em 1962, numa cerimônia assistida por seu primo, o então Príncipe Imperial, Dom Luiz de Orleans e Bragança (atual Chefe da Casa Imperial do Brasil) e diversos outros membros do Gotha do mundo todo, casou-se em Atenas com a Rainha Sofia, nascida Princesa da Grécia e Dinamarca, filha primogênita do Rei Paulo I e da Rainha Frederica da Grécia. O casal teve três filhos: a Infanta Helena, Duquesa de Lugo, a Infanta Cristina, Duquesa de Palma de Maiorca e o Príncipe Filipe, Príncipe das Astúrias.

A Espanha, desde 1931, mergulhada numa profunda crise ocasionada pelos revoltosos da fracassada Segunda República espanhola, experimentou por 35 anos (1938 - 1973) a ditadura de Francisco Franco, que sem perspectiva de sucessão no mesmo regime, resolveu preparar Dom Juan Carlos como futuro Rei da Espanha. Em 1975, com a Solene Missa de Unção do Espírito Santo, foi coroado Rei da Espanha, na Igreja dos Jerônimos, em Madri. Com a morte de Franco, assumiu o poder como “Rei de todos os espanhóis”. Em 1976 implantou a Lei da Reforma Política. Convocou eleições democráticas que não ocorriam desde a implantação da malfadada república, e de 1976 a 1978, o Parlamento elaborou a atual Constituição que foi referendada e, logo, sancionada. Desde então, é Chefe de Estado, árbitro e moderador das instituições políticas da Espanha. Mesmo com a intensa atividade política de reestrutura da Soberania Nacional e reafirmação das garantias individuais, em 1981, golpistas tramaram a derrubada da Constituição e do poder do Monarca, nesta ocasião, a atuação do Rei Juan Carlos I, como defensor da Constituição e dos cidadãos, teve papel preponderante.

O Rei da Espanha, por muitas vias, é primo do atual Chefe da Casa Imperial do Brasil, o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, compartilhando como bisavô, Dom Alfonso de Bourbon Duas-Sícilias, Conde de Caserta e Chefe da Casa Real das Duas-Sícilias. Para além disso, a Princesa Dona Esperança (falecida em 2005), casada como seu primo, Dom Pedro Gastão de Orleans e Bragança, Príncipe de Orleans e Bragança (falecido em 2007), era tia do Rei Juan Carlos, irmã de sua mãe, a Condessa de Barcelona. Dom Juan Carlos I e Dom Luiz compartilham também como antepassado o Rei Luiz Filipe dos Franceses. Além destes parentescos próximos, a Casa Imperial do Brasil também descende da Casa de Bourbon, da qual também deriva o Rei da Espanha.

Aos 76 anos de vida, dos quais 39 dedicados as atividade de Monarca, o Rei Juan Carlos I abdicou em favor de seu filho e Herdeiro, o Príncipe das Astúrias.




Filipe Juan Pablo Alfonso de Todos los Santos de Borbón y Grecia, nascido em Madri em 1º de novembro de 1975, além de seguir a carreira militar – como o pai, é formado em Direito e Ciências Econômicas, tendo concluído mestrado em Relações Internacionais. É o atual Comandante do Corpo Geral da Armada e Comandante do Corpo Geral do Exército do Ar.

Desde 1995, atendendo a compromissos como Herdeiro da Coroa, preside atos oficiais na Espanha, incluindo as regiões autônomas, bem como participa de encontros e eventos em países estrangeiros representando o governo espanhol. É responsável pelos despachos aos oficiais e suboficiais das Forças Armadas, participando ativamente dos exercícios militares de seu país. É presidente de honra de diversas instituições intelectuais e de caridade, presidindo também a Fundação Príncipe das Astúrias. O Príncipe Filipe é também Príncipe de Girona e Príncipe de Viana; Duque de Montblanc, Conde de Cervera e Senhor de Balaguer.

Em 2003, também na presença de membros da Família Imperial do Brasil, o Príncipe das Astúrias se casou com Letícia Ortiz Rocasolano, famosa jornalista nascida em 1972 em Oviedo, como quem tem duas filhas: a Infanta Leonor e a Infanta Sofia.

Como sucessor, o Príncipe Filipe será coroado como Sua Majestade, o Rei Filipe VI da Espanha

terça-feira, 3 de junho de 2014

Cendrillon para vida real

Bruna Justino (14) e o Príncipe Comendador  Rafael de Almeida (22) da família real brasileira posa para fotos caraterizado de Hatsune Miku e kaito do grupo virtual japonesa denominada Vocaloid Cendrillon, as fotos foram tirada no Templo Budista de Maringá. Pelos fotógrafos Sylvio Neves e Rauber Soares.

Originalmente, esta ópera baseada na história de Cinderela. Esta versão Vocaloid tem dois personagens, o príncipe (Kaito) que se apaixona por um plebeu (Miku), que foi forçado por um "estranho" para a dança para matá-lo, em primeiro lugar, como a música leva o amor se torna outro PV mutuo.En uma história diferente mostra que Miku é forçado a matar Kaito por ordem de um demônio (Luka), que muda papéis com Miku o relógio bateu doze, mas Miku pára antes que ela mate Kaito eu detiniendo a faca que eu deixo para Miku uma ferida na mão.

Fonte: privada


quarta-feira, 7 de maio de 2014

70 anos da Princesa dona Isabel de Orleans e Bragança


Hoje, a Princesa Dona Isabel Maria Josefa Henriqueta Francisca Michaela Gabriela Raphaela Gonzaga do Brasil, Princesa de Orleans e Bragança, completa setenta anos de vida. Sua Alteza Real é a quarta filha e primeira varoa dos doze filhos e filhas do Príncipe Dom Pedro Henrique (1909-1981), Chefe da Casa Imperial do Brasil entre 1921 e 1981, e da Princesa Dona Maria (1914-2011), Princesa Consorte do Brasil, nascida Princesa da Baviera.

Nascida em La Bourboule, região central da França, onde a Família Imperial – exilada, pela República, desde 1889 – havia ido se abrigar da perseguição nazista, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), e registrada como cidadã brasileira no Consulado-Geral do Brasil em Paris, a Princesa Dona Isabel teve por madrinha de batismo a Condessa de Paris (1911-2003), prima-irmã de seu pai, nascida Princesa Dona Isabel de Orleans e Bragança. Sua Alteza Real foi nomeada em homenagem à sua madrinha e à sua bisavó paterna, a Redentora (1846-1921).

Com um ano de idade, a Princesa Dona Isabel pôde, finalmente, conhecer sua Pátria. Em 1945, o Príncipe Dom Pedro Henrique se mudou, com sua esposa e filhos, para o Brasil, indo viver, inicialmente, em Petrópolis e, depois, no Rio de Janeiro. Em 1950, a Família Imperial tornou a se mudar, desta vez, para o norte do Paraná, onde o Príncipe Dom Pedro Henrique havia adquirido a Fazenda Santa Maria.

Após concluir seus estudos secundários no Paraná, a Princesa Dona Isabel partiu para a Europa. Em 1966, Sua Alteza Real retornou ao Brasil, formada em Línguas e Civilizações Francesa e Germânica, pelas Universidades de Paris e Munique. Seguindo o princípio de que os Príncipes e Princesas cristãos devem sempre cuidar dos pobres, inválidos e desvalidos, a Princesa Dona Isabel trabalhou com assistente social e foi Presidente da Cruz Vermelha do Brasil.

Sua Alteza Real soube absorver e encarnar os ensinamentos que seu augusto pai fez questão de transmitir aos doze filhos e filhas: a importância que os membros da Família Imperial, como Príncipes brasileiros e cristãos, têm para o futuro, a paz e a prosperidade do Brasil.

O Príncipe Dom Pedro Henrique ensinou aos filhos que serviço à Pátria deve sempre vir em primeiro lugar, enquanto a Princesa Dona Maria lhes incutiu a ideia de que “um Monarca não se pertence, pertence à Nação”.

Em 13 de maio de 2004, em sessão solene da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, realizada na Imperial Irmandade dos Homens Pretos, a Princesa Dona Isabel – uma boa cristã, exemplo de alma caridosa – recebeu o título de Cidadã Honorária do Estado do Rio de Janeiro.

Filha dedicada, a Princesa Dona Isabel cuidou de sua mãe desde que esta ficou viúva, em 1981, até sua morte, em 2011. As Princesas viviam em um apartamento no bairro da Lagoa, no Rio de Janeiro, onde a Princesa Dona Isabel também abrigou seus sobrinhos, o Príncipe Dom Rafael e a Princesa Dona Maria Gabriela, filhos do Príncipe Dom Antonio, enquanto estes estudavam na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Sempre muito discreta, a Princesa Dona Isabel – atualmente, sétima na Linha de Sucessão ao Trono Imperial Brasileiro –, ocasionalmente, representa a Família Imperial em eventos dos mais diversos tipos, demonstrando classe, simplicidade e elegância, marcas registradas das Princesas do Brasil.

A Causa Imperial deseja um feliz aniversário à Princesa Dona Isabel, e pedimos a Deus Nosso Senhor que sempre a ilumine, para que Sua Alteza Real continua a ser um verdadeiro modelo de Princesa brasileira e católica a ser seguido.

PRINCESA DONA ISABEL: CIDADÃ HONORÁRIA DO RIO DE JANEIRO


Ontem, a Princesa Dona Isabel, sétima na Linha de Sucessão ao Trono Imperial Brasileiro, completou setenta anos da idade. Como dissemos em pequeno texto biográfico, Sua Alteza Real foi agraciada, em sessão solene da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, com o título de Cidadã Honorária do Estado do Rio de Janeiro, em 13 de maio de 2004 – 115º aniversário da assinatura da Lei Áurea por sua bisavó paterna homônima, a Redentora (1846-1921).

Segue o texto da resolução, uma iniciativa do Deputado Paulo Melo, na época, líder da bancada do PMDB:

Dona Isabel Maria Josefa Henriqueta Francisca (Michaela Gabriela Raphaela Gonzaga) de Orleans e Bragança e Wittelsbach, Princesa do Brasil, Princesa de Orleans e Bragança nasceu em 05 de abril de 1944, em La Bourboule, na França e registrada no Consulado brasileiro. É a quarta filha de S.A.I.R., o Príncipe Senhor D. Pedro Henrique, que foi Chefe da Casa Imperial e, por direito, Imperador D. Pedro III do Brasil (de 1921 a 1981) e de S.A .I.R., a Princesa Senhora D. Maria, atual Princesa Mãe do Brasil, nascida Princesa da Baviera (antigo Reino do Sudeste da Alemanha). Seu pai era o neto e sucessor dinástico de D. Isabel I, “a nossa Princesa Isabel”, que foi Imperatriz do Brasil no exílio. Estamos tratando, portanto, a Princesa Isabel de quem tratamos nesta proposição é bisneta e homônima daquela que aos 13 de maio de 1888, promulgou a Lei Áurea, que aboliu a escravatura no Brasil. Este pequeno resumo de biografia, por si só, justifica plenamente o Título de Cidadã do Estado do Rio de Janeiro ora proposto, mas há que se acrescentar que a princesa passou parte da sua infância no Município de Petrópolis, parte no Rio de Janeiro. Mais tarde, na década de 60, passaram a viver em Vassouras, Interior do Estado. Exerceu a função de Diretora da Cruz Vermelha Brasileira e hoje, exerce atividade profissional na área de turismo e reside no bairro da Lagoa.

Casa Real do Brasil divulga nova foto oficial do Comendador Rafael

Casa Real do Brasil divulga nova foto oficial do Príncipe Rafael.

O 8° herdeira do trono brasileiro tem 22 anos.



No dia em que o Brasil celebra 128 anos da lei Áurea faz 126 anos, a Casa Real decidiu divulgar uma nova fotografia oficial de Rafael de Almeida

Aos 22 anos, o Principe vive no norte do Paraná

DOM BERTRAND DE ORLEANS E BRAGANÇA EM CAMPINAS






Mais de 300 pessoas convidadas estiveram no Tênis Clube de Campinas, em São Paulo, no último dia 24, para ouvir o Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, em sua brilhante palestra "O Brasil, uma nação predestinada a um futuro glorioso".





O Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança e Marcelo Soares de Camargo, Presidente do Tênis Clube de Campinas


A Diretoria entrega lembranças pela visita do Príncipe, agraciando-o com o título de Sócio Honorário


Créditos das imagens: Alex Nucci

800 ANOS DE NASCIMENTO DE SÃO LUÍS, REI DA FRANÇA






O dia 25 de abril marcou os 800 anos de nascimento de São Luís, Rei e Patrono da França, reconhecido como grande defensor da fé católica e excepcional estadista, de quem descende, em linha direta, o atual Chefe da Casa Imperial do Brasil, Dom Luiz de Orleans e Bragança.





"Começo por querer ensinar-te a amar ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com todas as forças; pois sem isto não há salvação. Filho, deves evitar tudo quanto sabes desagradar a Deus, quer dizer, todo pecado mortal, de tal forma que prefiras ser atormentado por toda sorte de martírios a cometer um pecado mortal"


Carta testamentária de São Luís,
deixada ao Rei Filipe III, seu filho e sucessor




São Luís nasceu em Poissy, no norte da França, no ano de 1214, sendo o quinto filho da Rainha Branca, nascida princesa castelhana, e de Luís VIII da França. No ano de 1218, com a morte do irmão Filipe, São Luís passou a ser o herdeiro da Coroa. Seu pai, conhecido como O Leão por ter livrado a França do gnosticismo, tratou de dar ao Príncipe educação esmerada, pautada na fé católica, no amor pelo povo e na distinção pelas nobres Causas.


Com apenas 12 anos, São Luís foi sagrado, na Catedral de Reims, como Rei Luís IX da França, mas durante a sua menoridade teve como tutora e regente, sua mãe, a Rainha Branca, uma mulher de grande valor e de notável força política, era filha do Rei Afonso VIII de Castela, sobrinha dos lendários Reis Ricardo e João - cognominados, respectivamente, Coração de Leão e Sem Terra - da Inglaterra, sendo também irmã do Rei Henrique de Castela e da Rainha consorte de Leão, Dona Berengária. Branca era ainda tia dos Reis Sancho II e Afonso III de Portugal, bem como do Rei Fernando III de Leão e Castela e, além de mãe de São Luís, o Rei Carlos I da Sicília e Nápoles era seu 13º filho. É desta célebre Rainha a frase de instrução: “Meu filho, eu gostaria muito mais ver-te na sepultura, do que maculado por um só pecado mortal”, que acabou por nortear a vida deste Rei da França.


São Luís casou-se, em maio de 1234, com a filha da Condessa Beatriz, nascida de Saboia, e do Conde Raimundo IV da Provença e cunhada do Rei Henrique III da Inglaterra, a bela e astuta Margarida da Provença, com teve 11 filhos, destacando-se Isabel, a Rainha consorte de Navarra, o seu sucessor – Filipe III, Margarida, Duquesa de Brabante, Roberto, Conde de Clermont e Inês, Duquesa de Borgonha. Filhos estes, que, como pai dileto e cuidadoso, fez questão de pessoalmente educar e dar formação religiosa, sendo-lhes referência de humildade e de servidor de Deus.


Garantindo o maior período de paz e prosperidade, fortalecendo o território e a Soberania francesa, São Luís, com o auxílio de seus súditos, conseguiu afastar do Reino o seu cunhado, o Rei Henrique III da Inglaterra e através do Tratado de Corbeil, diplomaticamente, garantiu à França, um extenso território no sul, o qual reivindicava o Rei da Castela e Aragão. Na administração pública distinguiu-se por determinações, que embora sejam exemplares, não foram incorporadas integralmente por governos da atualidade. Determinou que juízes e oficiais, assim como os inspetores - fiscais de contas, não adquirissem bens de forma ilícita, proibindo cabalmente o nepotismo. Estabeleceu o Juizado de Apelação, para garantir a efetiva justiça nos processos, guardando para si o papel de juiz supremo. Eram característicos de São Luís, o senso de probidade e honestidade, que lhe valeram a posição de árbitro em situações de conflito na Europa. Tendo sempre muito claro o seu dever de Rei e defensor do povo, não tolerava excessos e corrupções, punindo severamente àquele que agisse contra o bem público. Não obstante, quando surgiam casos de desonestidade, impunha, a si próprio, penitência, como punição pela má escolha e, como retratação, mandava que restituíssem os que por ventura haviam sido onerados. Em contraponto, reconhecia e recompensava àqueles que cumpriam as funções régias com idoneidade e seriedade. Instaurou uma comissão de finanças, responsável pelo controle geral das contas públicas, servindo de inspiração ao parlamento da França. Durante seu reinando, fortaleceram-se as artes, a economia e a política. A França era então o reino mais poderoso e o exército de São Luís era o mais bem preparado da Europa.


Mesmo tendo papel preponderante na política, na cultura e no desenvolvimento da França, São Luís ficou reconhecido por ser aquele que dedicou a sua existência a Jesus Cristo e à Igreja. Durante seu reinando, comprovando sua titulação como Rei Cristianíssimo, construiu cinco das mais belas igrejas da França (Amiens, Rouen, Beauvais, Auxerre e Saint Germain-em-Laye). Mandou edificar a Sainte-Chapelle, em Paris, para onde fez transmigrar algumas das mais caras relíquias da cristandade, como a Coroa de Espinhos e um fragmento da Cruz de Cristo, fazendo da França um centro de peregrinação que atrai turistas para este fim até os dias de hoje. Durante seu governo, conforme a vocação e missão da Santa Igreja, São Luís assumiu para si a tarefa do auxílio na evangelização, tornando possível o que diz o evangelista São Mateus: "Ide, fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei" (Mt 28, 19-20), incentivou organizou, financiou e participou da 7ª e da 8ª Cruzada para libertar a Terra Santa da égide dos muçulmanos.



A magnífica Sainte-Chapelle


A Sétima Cruzada foi resultado de uma promessa, feita por São Luís, para que alcançasse a cura de uma grave doença, quando tinha 30 anos. Nesta importante batalha, acompanharam-no, a esposa e os irmãos Carlos e Roberto. Com a benção apostólica do Papa Inocêncio IV, partiram para o Chipre, de onde chegaram ao Egito. Morto o irmão Roberto e capturado São Luís, a Rainha Margarida foi a encarregada pela negociação de sua libertação. Ainda em solo hostil, São Luís iniciou uma série de atividades diplomáticas com líderes islâmicos da Síria e do Egito.


Em 1253, pelo falecimento da mãe, São Luís retornou à França, onde foi aclamado pelo Sumo Pontífice e pelo cunhado, Rei da Inglaterra. Ainda com este cunhado, assinou o Tratado de Albeville, pondo fim a primeira etapa da Guerra dos Cem Anos.


São Luís manteve contato com São Tomás de Aquino e São Boaventura, Doutores da Igreja, dois dos maiores teólogos e filósofos da História.


No ano de 1270, vendo os crescentes ataques aos Estados Cruzados, da chamada zona do Levante, e a instabilidade gerada pelos muçulmanos, São Luís partiu com os filhos, o Rei Eduardo I da Inglaterra e grande quantidade de Príncipes e Nobres Católicos, para fazer a conversão dos povos do Oriente, na Oitava Cruzada. Pestes e doenças acabaram por afligir as tropas e vitimar, inclusive, seu filho, João (nascido na Sétima Cruzada) e ele próprio, falecendo em 25 de agosto de 1270, pondo fim a este combate. Sua morte desencadeou uma série de outros falecimentos na Família Real, desperecendo na mesma época sua nora – Isabel de Aragão, seu Irmão - Afonso III de Poitiers e sua cunhada, esposa daquele, Joana de Toulouse. Todo o povo da França recebeu com muita dor e tristeza a morte do seu Rei, que bondoso e piedoso, já era tido como Santo, mesmo em vida.



A última Comunhão de São Luís,
por Gabriel Francois Doyen


O corpo de São Luís foi levado para a França. A Tunísia e a Sicília reivindicaram parte de seus órgãos para veneração. Com as Guerras Religiosas na França, durante a segunda metade do século XVI, seu túmulo foi violado por Protestantes e seu corpo foi capturado, sendo recuperado apenas um dos dedos da mão, atualmente guardado na Abadia Real de Saint-Denis. As relíquias reivindicadas e mantidas pela Sicília foram devolvidas à França e colocadas na Sainte-Chapelle, onde hoje podem ser visitadas. Outras relíquias deste Santo podem ser veneradas em vários países, nos cinco continentes.



Biografia de São Luís da França, de autoria do Padre João Dias Rezende Filho, lançada pela Arquidiocese de São Luís do Maranhão em 2013


São Luís foi canonizado pelo Papa Bonifácio VIII em 1297, sendo reconhecido com São Luís da França e sua festa litúrgica é celebrada em 25 de agosto, data de sua morte. Pela grande fama de Santidade, vida virtuosa e por ser verdadeiro modelo de Monarca, inspirou a criação de inúmeras igrejas, instituições, organizações e cidades em todo o mundo. No Brasil, o nome da cidade de São Luís, capital do Maranhão, foi dado em homenagem ao Santo. Além desta importante ligação com o Brasil, destaca-se que o atual Chefe da Casa Imperial do Brasil tem São Luís como 22º avô em sua ascendência.



S.A.I.R., o Príncipe Senhor Dom Luiz de Orleans e Bragança,
Chefe da Casa Imperial do Brasil



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014


REVERENTE E FILIAL MENSAGEM DO PRÍNCIPE DOM BERTRAND DE ORLEANS E BRAGANÇA AO PAPA FRANCISCO





Em sua condição de Príncipe da Casa imperial e ativo participante da vida pública nacional, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil, enviou, em 08 de fevereiro de 2014, uma “Reverente e Filial Mensagem” ao S.S., o Papa Francisco. Com a habitual maestria, o Príncipe aborda a temática: “movimentos que combatem obstinadamente a propriedade privada, inclusive por meio de ações violentas, são convidados a participar de reuniões em importantes organismos da Santa Sé e um deles é recebido pelo Pontífice”, expondo brilhantemente os absurdos cometidos pelo MST, pela Via Campesina e pelo alto comandante João Pedro Stédile. Um alerta ao Sumo Pontífice e ao mundo.


A mensagem apresenta a grave denúncia de que em dezembro de 2013, a Academia Pontifica de Ciências recebeu Stédile em Roma, para falar sobre movimentos sociais, utilizando-se das estruturas da Santa Sé para propagandear o ideário comunista. Definindo seus objetivos, Stédile revela sua estratégia: “motivar a que o Vaticano nos ajude com a Via Campesina e como movimentos sociais a organizarmos no próximo ano diversas conferências”.

O MST, organismo reconhecidamente criminoso, que age, sobretudo no campo ideológico e pelas ações violentas - verdadeiros atentados contra o patrimônio privado, gabe-se de ter grandes conquistas alcançadas em 30 anos de “lutas” pela “prática das ocupações de massa”. Recomenda que seus ativistas permaneçam “estudando Marx, Lenin, Gramsci, mas também os brasileiros Paulo Freire, Josué de Castro e tantos outros” em sua formação pseudopolítica, com a única e exclusiva pretensão de adaptar as “experiências cubana e soviética ao Brasil”. É de se relembrar que a “cartilha de lutas do MST” diz: "Os dirigentes possuem um sonho revolucionário que é construir sobre os escombros do capitalismo uma sociedade socialista. Muitas vezes as aspirações dos dirigentes não são as mesmas da massa. Nesse caso é preciso desenvolver um trabalho ideológico para fazer com que as aspirações da massa adquiram caráter político e revolucionário".


Os movimentos de base da Igreja, que há certo tempo deixam se enredar por estes terríveis engodos ideológicos, devem levar em consideração o que afirmou o Santo Padre Leão XIII e confirmou o Beato João Paulo II: “nem a justiça, nem o bem comum permitem danificar alguém ou invadir a sua propriedade sob nenhum pretexto’ (Rerum Novarum, 55). A Igreja não pode estimular, inspirar ou apoiar as iniciativas ou movimentos desocupação de terras, quer por invasões pelo uso da força, quer pela penetração sorrateira das propriedades agrícolas”. Roga-se que o Santo Padre, sempre sábio, possa se orientar pelos verdadeiros caminhos de Cristo no Governo da Santa Madre Igreja Católica.


Leia a íntegra do documento em:http://www.paznocampo.org.br/destaques/Reverente_e_Filial_Mensagem.pdf


Sonia Racy, em sua coluna de 13/02/14, no Jornal "O Estado de São Paulo", publica trechos da carta.